1961
Publicado no livro “Poder Nacional, Cultura Política e Paz Mundial”
Tenho o prazer de iniciar estas palavras, exprimindo a minha satisfação pelo fato de retornar hoje ao convívio da ESG. Em anos anteriores, tive a oportunidade de assistir, como conferencista e como amigo, a este esplêndido labor intelectual, de que a ESG se tornou um exemplo e que, de certo modo, tem representado um esforço pioneiro no nosso meio universitário, pois os processos de ensino, um pouco arcaizados em todos os setores do ensino superior, entre nós, têm sido revitalizados por essa experiência, que transforma um aluno em estagiário e que, deste modo, faz com que o estudo deixe de ser apenas exposição de alguém, recebida por um auditório, para tornar-se verdadeiramente uma tarefa comum, um intercâmbio e um debate de ideias. Grande admirador da ESG, senti muito nos últimos anos não ter podido manter a frequência com que vinha acompanhando os seus trabalhos e, por isso, foi hoje para mim uma grande satisfação vir da Capital Federal, até aqui, para mais uma vez sentir o calor deste convívio e ter a honra de falar à turma deste ano. Sou, entretanto, obrigado a pedir desculpas pela natureza mesma desta exposição, pois não é bem uma exposição didática.
Não é bem um plano de apresentação sistemática e total de ideias em torno do tema da palestra -é antes uma reunião de observações, um caminho traçado através de conceitos que nem sempre se delimitam muito exatamente, numa tentativa de ordem, em relação a alguns conceitos, que precisamente por serem muito vizinhos e por estarem sujeitos a variações de emprego de cada autor, cada um deles fiel a uma terminologia e obediente a uma concepção própria da matéria que versa, nem sempre se apresentam como dados estáveis, capazes de servirem indiferentemente aos trâmites de todos os raciocínios. O ponto de partida dessas considerações não poderia deixar de ser a ideia de Estado.
Download do texto completo