1951
Publicado no livro “Poder Nacional, Cultura Política e Paz Mundial”
Um correto entendimento da política internacional seguida por um Estado depende do conhecimento do processus econômico e político que se desenvolve não só nas áreas geograficamente vizinhas, mas em todas as outras áreas, que podem ser chamadas dominantes em relação às modificações no panorama mundial.
De uma época para outra, essas áreas dominantes variam. No momento atual, parece razoável enumerar oito:
1 – A parte oriental da América do Norte, onde se concentra o parque industrial dos Estados Unidos e do Canadá e onde está o centro de decisão política do Ocidente;
2 – A Europa Ocidental, compreendendo os grandes países industrializados a Oeste da “Cortina de Ferro”;
3 – A Europa Oriental, abrangendo a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas;
4 – A parte Oriental da América do Sul, compreendendo as regiões em desenvolvimento do Brasil, da Venezuela, do Uruguai e da Argentina;
5 – O Oriente Médio, abrangendo Turquia, Irã, Israel e países árabes;
6 – O Sul da Ásia: Índia, Birmânia e Paquistão;
7 – As índias Orientais, compreendendo a parte continental do Sudeste asiático e a parte insular;
8 – A Ásia Oriental: China, Coréia e Japão.
Há países em desenvolvimento, com influência crescente na vida internacional, que não estão compreendidos nessas áreas (Austrália, Nova Zelândia, União Sul-Africana). O que confere a essas áreas a qualificação de dominantes é o modo pelo qual seus problemas preponderam no desenrolar dos acontecimentos presentes, comprometendo, num ou noutro sentido, os resultantes gerais.
A partir da Segunda Guerra Mundial, a vida internacional atingiu, rapidamente, um grau muito mais elevado de síntese. Os problemas de uma área repercutem direta ou indiretamente nas demais, e nenhum Estado pode escapar, em sua política externa, a esse processo de totalização, que exige o conhecimento, não só dos problemas de áreas distantes para o bom encaminhamento dos problemas domésticos, mas também os da área geográfica a que o próprio Estado pertence.
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